Mais leve do que o ar, esse elemento é usado em diversas áreas, sendo importante tanto aceleradores de partículas quanto para que você navegue na internet.
Apesar de bonitas, cenas como essas são uma ameaça à ciência e tecnologia
Infelizmente, esse gás mais leve do que o ar é um recurso natural não
renovável, o que significa que, se não fizermos uso inteligente desse
elemento, poderemos ficar sem ele um dia. Para estimar quais seriam os
efeitos do desaparecimento do hélio, o site Innovation News Daily listou alguns usos surpreendentes desse gás.
1. Acelerador de partículas
Quase um terço do hélio usado nos Estados Unidos, em 2011, foi
empregado em criogenia, o estudo das temperaturas muito baixas e seus
efeitos. Esse gás pode esfriar objetos a uma temperatura de até -267 ºC,
marca que não pode ser alcançada por qualquer outro refrigerante.
O hélio líquido é usado para resfriar os equipamentos supercondutores
do Grande Colisor de Hádrons (LHC), na Europa. Como esse tipo de
máquina pode ocupar uma área de muitos quilômetros, uma grande
quantidade do gás é usada para mantê-la operacional. Felizmente, o
colisor é capaz de reaproveitar o efeito do hélio e, dessa forma, os
cientistas precisam repor apenas uma pequena quantidade, que vaza
anualmente.
2. Pesquisas neurológicas e ímãs poderosos
Laboratórios norte-americanos usam o hélio para resfriar qualquer
equipamento que funcione apenas em baixa temperatura. Muitas máquinas
para pesquisas neurológicas precisam desse elemento para produzir ímãs
muito poderosos e capazes de medir os pequenos campos magnéticos do
cérebro humano.
O nitrogênio líquido pode substituir esse gás, mas ele
não é capaz de alcançar temperaturas tão baixas quanto o hélio.
3. Dispositivos digitais
Fibras ópticas precisam do hélio para serem produzidas
Provavelmente, você está usando a internet por causa do hélio. Um dos
métodos para criar semicondutores — componentes presentes em
praticamente todos os dispositivos eletrônicos de hoje — requer o uso de
hélio líquido para refrigerar os ímãs presentes no processo de
fabricação. Além disso, a fibra óptica que leva internet e TV a cabo
para a casa de milhares de pessoas é fabricada em um ambiente com
atmosfera composta apenas por hélio, com o objetivo de evitar que bolhas
de ar se formem em seu interior.
4. Tecnologia militar
Os detectores de submarinos do Exército Americano usam o hélio
líquido para limpar interferências do sinal. Já a a Força Aérea
Americana precisa desse gás para continuar com os experimentos sobre o
uso de supercondutores como fonte de energia. O hélio líquido também é
usado como ponto referencial para mísseis guiados por fontes de calor.
5. Para o espaço e além
Ônibus espaciais usam hidrogênio e oxigênio líquidos como
combustível. Mas, mesmo assim, eles precisam do hélio para limpar o
tanque, que está tão frio que é capaz de congelar qualquer outro líquido
que passe pelos seus encanamentos. Além disso, o uso do hélio garante
que, ao entrar em contato com o combustível, esse gás não causará uma
explosão.
6. Balões atmosféricos
Balão atmosférico pronto o lançamento
Os balões de festas cheios de hélio consomem uma boa parcela desse
recurso natural. Mas eles não são os únicos: balões atmosféricos e de
monitoramento de áreas também precisam do gás para funcionar
corretamente.
7. Ressonância magnética
Fãs do seriado Dr. House já devem ter cansado de ouvir o médico
sarcástico pedindo os famosos “MRIs”, como são chamadas as ressonâncias
magnéticas em inglês. Pois sem a presença do hélio, tanto House quanto
os médicos de verdade não poderiam diagnosticar tantas doenças
facilmente.
Mais uma vez, esse gás é necessário para resfriar os ímãs
superpotentes que criam campos magnéticos muito fortes. As máquinas de
ressonância mais modernas usam uma quantidade menor desse recurso
natural, mas pode ser que o ser humano nunca consiga construir um
equipamento desses que dispense o uso do hélio.
8. Reatores nucleares
Pode ser que a próxima geração de reatores nucleares também necessite
de desse gás para se refrigerar. Porém, ainda não se tem certeza sobre a
quantidade de hélio necessária para refrigerar esses reatores, que
devem operar a uma temperatura que varia de 700 a 900 ºC.
Agora, sabendo disso tudo, será que não vale a pena usar o bom e
velho sopro para encher as bexigas? Pelo menos assim, não corremos o
risco de causar um grande impacto na natureza e nas pesquisas
tecnológicas ou científicas.
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