Além de algumas espécies de animais, elementos químicos como o cobre e o hélio podem sumir da face da Terra
Existem muitos filmes apocalípticos sobre o futuro da Terra. Boa
parte deles lida com o desaparecimento da água do nosso planeta ou,
então, a iminente ameaça de uma catástrofe aleatória, como um meteoro
gigante ou planeta que resolve se chocar contra o nosso mundo. Porém,
apesar de toda a fantasia desses títulos, não é muito difícil extrapolar
algumas situações para ter uma ideia dos cenários terríveis que nos
aguardam.
Com a constante ação do homem sobre a natureza e o desenvolvimento
tecnológico cada vez maior, podemos estar criando não apenas um mundo
sem pandas e tigres-de-bengala, mas também sem elementos químicos
essenciais para a continuação de nossa espécie.
Sem o cobre, estaremos perdidos
Cobre nativo com cerca de 4 cm
O cobre é um dos elementos químicos mais importantes e usados da
Terra. Por ser um grande condutor de eletricidade e calor, esse metal
avermelhado é usado nos circuitos de diversos equipamentos eletrônicos,
diariamente. Além disso, há também o emprego do cobre em motores
elétricos, joias, canos d’água, invólucro de munição militar e na
construção e decoração de edifícios e casas.
Mas o principal problema no uso desenfreado desse elemento é o fato
de que temos uma reserva finita dele; por isso, um dia o cobre começará a
desaparecer e a gerar um mercado de disputa bastante agressivo. Se hoje
é normal ver notícias sobre o furto de cabos de cobre, imagine esse
tipo de atividade daqui a algumas décadas.
De acordo com o site Salon,
o mundo tem usado o cobre há pelo menos 10 mil anos, mas 95% da
extração do elemento foi realizada a partir dos anos 1900. Se
continuarmos nesse ritmo e não descobrirmos novas fontes de cobre ou
reavaliarmos os nossos objetivos, pode ser que até mesmo a indústria de
eletrônicos venha a desaparecer.
Animais fofinhos e extintos
Réplica dos restos de um pássaro Dodo da Universidade de Oxford
Um dos animais extintos mais conhecidos no mundo todo é, sem dúvidas,
o pássaro dodô. Além de ter sido uma espécie muito dócil — o que por si
só colaborou com a sua extinção —, o dodô também foi prejudicado pelo
ser humano ao ter que enfrentar ameaças externas e adaptadas ao seu
habitat, como mamíferos que se alimentavam de seus ovos.
Esse é um caso do que chamamos de extinção em massa do Holoceno.
Junto com o nosso simpático pássaro, também foram mortas as
aves-elefantes, o mamute-lanoso, o sapo-dourado e outras espécies.
Porém, isso não é a tudo: a extinção de outras espécies animais
continua a ser promovida ainda hoje. Em outubro de 2011, por exemplo,
foi confirmada a aniquilação dos rinocerontes que viviam no Vietnam. Além disso, grandes felinos como leões e tigres podem estar extintos dentro de 20 anos. E com o desaparecimento desses predadores, o ecossistema das regiões asiáticas e africanas pode se tornar uma grande bagunça.
Balões de festa profetizam o nosso fim
Apesar de bonitas, cenas como essas são uma ameaça à ciência e tecnologia
O cobre não é o único elemento em vias de extinção e que fará falta
para o mundo da tecnologia. Além dele, há também o gás hélio, usado
popularmente para dois objetivos talvez dispensáveis: encher balões de
festa que flutuam e, se inalado, falar com voz fina, de desenho animado.
Porém, há outros usos mais importantes para o gás hélio, como o uso
em máquinas de exames médicos e até mesmo no acelerador de partículas do
CERN, o LHC. Infelizmente, essa e outras aplicações do hélio
correm perigo, devido ao uso que fazemos desse recurso não renovável.
Portanto, antes de encher um balão de hélio para a festa do seu
irmãozinho, pense no futuro da tecnologia.
Inclinação axial da Terra
Com o afastamento da Lua, terra ficará mais inclinada
O planeta Terra gira em torno de seu próprio eixo, de maneira
levemente inclinada. Porém, com o passar do tempo, pode ser que essa
inclinação aumente e desestabilize fatores importantes do nosso mundo,
como o clima, tornando-o inabitável.
A razão para isso está na interação entre as forças das marés, a
Terra e a Lua, que fará com que o nosso satélite natural se afaste aos
poucos de nós e com que o movimento de rotação da Terra perca
velocidade. A Lua é essencial para manter a nossa estabilidade
gravitacional e, sem ela, esta “terceira pedra a partir do Sol” ganhará
uma nova inclinação axial.
Mas não se preocupe! Apesar de os cientistas ainda não saberem com
exatidão quando isso deve acontecer, cálculos matemáticos estimam que
seja dentro de 1,5 a 4,5 bilhões de anos, ou seja, tempo suficiente para
que nós e muitas outras gerações possamos curtir a vida.
Nanoapocalipse tecnológico
E se nanorrobôs se auto-reproduzissem e consumissem carbono?
Uma das teorias apocalípticas mais fascinantes, sem dúvida, é a
Grey Goo,
termo inventado pelo pioneiro Eric Drexler em 1986, no livro “Engines
of Creation”. Basicamente, esse cenário consiste de nanorrobôs capazes
de autorreplicarem com base no consumo de uma matéria abundante. Apesar
de ser uma suposição bastante extrapolada, ela é, de alguma forma, muito
atraente e até realista.
Imagine, por exemplo, que, no futuro, o próximo grande vazamento de
óleo seja combatido com nanounidades jogadas ao mar, para que consumam o
petróleo que está ameaçando a natureza. O plano parece ótimo e corre
bem, até que, por alguma razão — e acredite: porcarias acontecem —, uma
dessas unidades nanomoleculares começa a se comportar de maneira
diferente: em vez de consumir o hidrocarboneto do óleo, ela passa a
comer carbono como um todo. Com a capacidade de autorreplicação, o
planeta seria transformado em pó em pouco tempo.
Talvez, com o passar dos anos, a humanidade se surpreenda ao saber
que, além de outros animais, estamos ameaçando nós mesmos de extinção.
Felizmente, ainda não temos tecnologia suficiente para construir
nanobots capazes de autorreproduzirem.
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