A
paralisia, devido a danos irreparáveis na medula espinhal, segue
sendo um problema praticamente insolúvel para a medicina. Ainda que
estejamos longe de tal solução para seres humanos, pesquisadores do
Instituto Federal de Tecnologia, em Lausanne (Suíça) deram um passo
importante para resolver este problema com ratos.
Depois de interromper a comunicação entre o cérebro e os membros dos
camundongos, os pesquisadores suíços estimularam o movimento das patas
traseiras de maneira artificial por algumas semanas, até que o cérebro
reaprendesse a controlá-las. E funcionou.
Recuperando o movimento perdido
O procedimento com os ratos foi simples: os cientistas fizeram, em
cada animal, dois cortes na medula espinhal, de forma a interromper a
comunicação entre o cérebro e os nervos. Os cortes foram feitos com duas
vértebras de distância entre eles.
Foram necessários dois cortes porque uma medula espinhal é dividida
em duas vias (ascendentes e descentes). Fazendo um corte em cada uma, os
cientistas garantiram que todos os nervos que respondem à medula fossem
inutilizados. Depois do corte, os camundongos perderam totalmente o
movimento das patas traseiras, embora ainda pudessem usar as dianteiras
para se locomover precariamente.
Para garantir que os ratos não “trapaceassem” e se locomovessem com
as patas dianteiras, os pesquisadores suspenderam a parte frontal de
seus corpos com um gancho e os deixaram apoiados apenas sobre os membros
traseiros, teoricamente “mortos”. Nesse momento, entram em cena os
robôs.
Meia hora por dia, seis dias por semana, os ratos foram colocados em
uma máquina que dava injeções elétricas nos neurotransmissores, a fim de
estimulá-los e simular uma conexão entre o cérebro e as pernas.
Como “enganar” a falta de medula
Em outras palavras, as pernas se movimentavam por algum tempo; o
movimento era graças às descargas elétricas, mas para o corpo era como
se o cérebro houvesse dado o comando. Passou-se uma semana, e os ratos
continuavam mexendo os membros traseiros apenas por causa das injeções.
Na segunda semana, veio a grande descoberta: cedo ou tarde, os ratos
começaram a conseguir a mover as patas por conta própria! O cérebro,
depois de “reparar” que as pernas se moviam involuntariamente por tanto
tempo (e com periodicidade), voltou a assumir as pernas de seu corpo.
Por um motivo que ainda é um mistério para os cientistas, novas
conexões nervosas foram criadas, e a partir daí os ratos assumiram
gradativamente o controle dos seus membros. Dentro de pouco tempo (nove
semanas, em média), já eram capazes de subir escadas e ziguezaguear por
obstáculos.
Os poréns
Em muitos aspectos, a pesquisa foi um sucesso absoluto. Mas é claro
que ainda há muito que se considerar, e não somente o clássico (e também
verdadeiro, nesse caso) “ainda não se sabe se o mesmo procedimento pode
ser testado em humanos”.
Apesar de o cérebro dos ratos ter aprendido a retomar o controle das
próprias patas, eles continuaram só conseguindo movê-las com as
descargas. Ou seja, os animais eram capazes de controlar o movimento,
mas não de iniciá-lo sem o “empurrãozinho” artificial.
Além disso, eles ainda necessitam do auxílio dos robôs (e do gancho
com os arreios) para poder se locomover. Se fossem deixados no ambiente
sem amparo nenhum, continuariam incapazes de dar um só passo. Mas isso
não desanima os pesquisadores suíços e a comunidade científica, que
afirmam se tratar de um grande avanço.
por isso a importância do estudo com as células-troncos.......
ResponderExcluirmas da uma peninha dos ratinhos.........
Mas eles voltarao a andar kkk
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