segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Despoluindo com bactérias


Enquanto uma nova alternativa não surge, os combustíveis fósseis ainda são a melhor opção. Já que ainda não podemos evitar a emissão dos poluentes relacionados a estes combustíveis, a idéia é inventar métodos eficientes para a despoluição. A pesquisa de "green solvents" é um dos tópicos mais estudados, atualmente, na química analítica e ambiental. Duas novas técnicas acabam de ser inventadas: químicos alemães utilizam um green solvent para remover o enxofre do diesel e químicos americanos criaram uma bactéria que se alimenta de contaminantes encontrados no carvão.

Quando a gasolina, óleo diesel ou carvão queimam, os compostos de enxofre contido nestes combustíveis se oxidam, formando dióxido de enxofre - SO2. Este gás é extremamente ácido, pois reage com a água e forma os ácidos sulfídrico e sulfúrico. É o maior responsável pelas chuvas ácidas e pela corrosão de veículos automotores.

Andreas Jess e colegas do Rheinisch-Westfalische Technische Hochschule em Aachen (DE), encontraram um método novo e barato para remover os compostos sulfonados do diesel. Eles utilizam um líquido iônico - um sal que é líquido a temperaturas menores do que 100 oC. Os líquidos iônicos utilizados por Jess reagem com os compostos sulfonados no diesel, mas são inertes ao combustível. Ao serem misturados com o diesel, ocorre uma separação de fase - tal como entre água e óleo. E, felizmente, todos os compostos sulfunados saem da fase orgânica e migram para a fase iônica. A quantidade de compostos sulfonados residual no diesel, após extrações sucessivas, é menor do que o limite estabelecido pela convenção internacional. O processo inteiro ocorre à temperatura ambiente e pressão atmosférica, o que o torna muito mais barato que os métodos tradicionais.

Enquanto isso, no US Department of Energy's Brookhaven National Laboratory em Upton, New York, os químicos Mow Lin e Eugene Premuzic estão limpando o carvão dos compostos sulfunados, metais pesados e outras impurezas tóxicas com o auxílio de seres microscópicos. Eles utilizam bactérias Leptospirillum ferrooxidans, que, além de serem capazes de viver em situações extremas: altas temperaturas e pressões e baixo pH, são capazes de separar o carvão de suas impurezas. Elas digerem as complexas moléculas de carbono no carvão em unidades mais simples - tornando-o melhor para o uso como combustível - e ainda removem os compostos sulfonados e oturos contaminantes. O trabalho é tão inovador que os pesquisadores já entraram com um pedido de patente para o "negócio".

Nenhum comentário:

Postar um comentário